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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Texto de Segunda #10

Era uma vez, uma linda amizade entre dois bonitos meninos. Um deles era bobo e maléfico. O outro, usurpador. A linda amizade se desfez. O usurpador serviu ao seu prazer. O bobo e maléfico planejou sua vingança. Acabou-se a boa situação e o usurpador se sumiu, escafedeu. E o bobo e maléfico aprendeu a lição. Elis Regina, 2016.

Texto de Segunda #09

E lá vai você. Fechando a porta novamente em minha cara. Me deixando sozinha e dizendo: "tchau" Ah! que dor incessante. Não saber que horas volta. Não saber o que fazer. Como descontroladamente. Estrago tudo que posso. Não durmo, não descanso. Passo os minutos chorando a tua última visão. Sinto frio e o coberto já não me esquenta. Sinto medo e teu último afago já não me lembra. Ah! que dor. Mas, espere, ouça lá: Chave na porta, girando. Maçaneta a se abrir.  E logo você chegou novamente. Mas que alegria, você voltou. Meus pulos altos são de alegria, meu andar atabalhoado é de saudades. "Olá meu amor, cheguei! Vamos passear?" Elis Regina, 2017. 

Texto de Segunda #08

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It hurts. It hurts so much that I can't say how does it make me feel. I have no words. I feel lonely, like I don't even matter to anyone else. I feel like undesirable person. I just want to be happy, and be happy is the last thing that I can be. I would like to be like Lily Aldrin and Marshall but I just can't. I try, but it hurts. Maybe I can't trust anyone else. Maybe I am not what you expect from me. Maybe I was born for just only one reason: to make other people good/bad. I don't know why it hurts so much. Is it because I don't believe in words? Or is it because I don't believe myself? I don't know. I just know that being make me so bad, so felt apart, all the time. I wonder if that is really true, that's really for me. If I deserve anything like this. How can I be better with people? Expecting nothing from them? Sometimes I just want to be dead. Elis Regina, 2016. 

Texto de Segunda #07

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Jesus, eu sou o Gregor. Passo os dias. Rapidamente. Vendo, mas sem notar. Estou lá, mas não estou.  Agenda cheia, compromissos pela metade. Time flies. Tempo já não é mais bonzinho. Enquanto giro como uma engrenagem, o mundo gira também. E começa tudo de novo. Rapidamente. Vendo, mas sem notar. Estando, mas sem estar. Querendo, sem querer. Numa repetição infinita de insatisfação.  Faço tudo, mas não faço. Estou, mas não estive. Lembro, mas já esqueci. Enquanto giro como uma engrenagem, o mundo gira também. E o pesadelo se torna a própria realidade.  Realidade. Real. Idade. E a engrenagem do sistema um dia quebra. E tudo acaba. Elis Regina, 2015. 

Texto de Segunda #05

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Pixels de você. A distância traz saudade. A saudade nos deixa solitários. E a solidão se torna nossa amiga. Nesse meio, nos resta abraçar a tecnologia e seus confortos. As redes sociais que pregam falsidades e um mundo de ganância e cobiça a vista de todos. As séries e filmes que nos divertem e as músicas que nos distraem. Os livros de difícil compreensão e os romances água com açúcar que nos enojam. O ar condicionado, o celular, a televisão, uma ligação. Uma ligação de vídeo é tudo que conseguimos durante semanas. Pixels de você distorcidos e distantes me lembram. Pixels de uma vida borrada na espera de acontecer. Pixels de alegrias como a manobra ousada da cadelinha. Pixels de tristezas, pixels de sermões. Enquanto cada um persegue o destino e o sonho que almeja, os pixels são os que nos trazem mais próximos. Vidas distantes. Coração saudoso de um afago familiar. Elis Regina, 2017.

Texto de Segunda #06

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Bibelô 1600 Não sou. Elis Regina, 2017.

Texto de Segunda #04

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Cortando o cordão umbilical Temos fases. As mais diversas. A minha acabou. Foram anos de muito aprendizado e de muito conhecimento. Conhecimento pessoal e profissional. Muita paciência. Muito carinho para com o próximo. Muito amor ao ver um sorriso estampado em um rosto pequenino ao receber um simples bombom. Mas essa fase acabou. Há momentos em que precisamos de distância. Afastamento. Não que o carinho, paciência, amor, aprendizado e conhecimento tenham se ido. Jamais. Apenas chegou a hora de buscar em outros lugares. Em outros recantos. Talvez nunca tenha sido realmente uma fase. Na verdade, é algo que carrego comigo. É aquele famoso amor que nunca vai embora, o tal do primeiro. É aquela famosa chama que arde sem se ver, pois é isso que me movimenta. Ser apaixonado pelos instantes em que posso fazer o outro, que se quer me conhece, feliz. Me despeço temporariamente desta família que me impulsionou e me ensinou tanto para galgar novos desafi...