Texto de Segunda #02

Não é falta de amor próprio.

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Sabe quando você conhece uma pessoa incrível, combina contigo em tudo, é você fora do seu corpo?

Eu encontrei vários eus por ai e foi maravilhoso. Tudo o que queríamos era parecido, nossas vontades, nossos risos, nossas esperanças e nossos sonhos.
Era eu fora de mim. Que sensação única. Me sentia especial por contar com vários eus.
Não foram vários eus ao mesmo tempo, foram um em cada época e um eu diferente do outro, justamente porque eu mudo muito e o tempo todo.
Cada eu era especial, eram momentos de indescritível alegria saber que poderia contar com esse eu ali, naquele momento e sempre.
Cara, eu não podia estar mais enganada.
Cada eu me decepcionou de maneira profunda e drasticamente mudou minha maneira de viver.
Um eu era, na verdade, o total oposto do eu.
Outro eu era uma fila do R.U. esperando sua vez de se servir.
Um eu foi embora.
Outro eu mora longe.
Talvez fosse a somatória de todos os outros eus.
E no duro fim da longa fase dos eus, eu descobri que nenhum eu, era eu de verdade. Nem mesmo eu era eu. Um era Joana, outro Pedro, Maria Cecília, Ângelo, Cícera...
E foi quando descobri que eu não encontrarei ninguém como eu, porque ninguém poderá ser eu por completo, ninguém adivinhará minhas vontades, meus ódios, meus nojos, minhas alegrias...Ninguém.
Parece egoísta e narcista? Pois bem, que seja.
Hoje o eu que sou, sabe que, a duras penas, que não encontrará outro eu. Encontrará outras pessoas que decepcionarão e me farão feliz na mesma proporção que eu mesma me faço assim.



Elis Regina, 2016.

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