Pig face
Não, não...Não, simplesmente não pode ser. Não...Não pode ser que isso seja verdade. Isso é tudo tão surreal.
Você ali, há algum tempo atrás, não passava de um debiloide que insistia em falar bobeiras e beber demais. Você que havia estado em minha vida algum tempo atrás e, por favor, não passava de um mero conhecido.
Ainda não caiu a ficha que dei a sorte grande ehehe.Ainda não caiu a ficha que você me encontrou e me fez perceber um mundo tão distinto do meu.
Não quero falar de amorzinho, isso não é amorzinho, não é melô, não é drama, isso é mais forte, é mais verdadeiro. É, enfim, poder ser boba, feia, suja e todo e qualquer outro adjetivo pejorativo perto de você, enquanto você, bem, você é o mesmo.
É poder ser verdadeira contigo o tempo todo e você simplesmente amar todos meus estágios e ainda assim, ao término da noite, ao pé do meu ouvido, falar que me ama.
É mesmo no meio da madrugada, quando acordo de um pesadelo horrível, te acordar, pedir um abraço, um afago e pedir pra me proteger e cuidar do meu baby - well, teu também, assuma.
Não, não, simplesmente não pode ser. Eu tinha planos tão concretos, eu ia ser Aquela mulher, mas você surgiu e mudou tudo. Nós sabemos que sim. Não, não, simplesmente talvez seja.
Simplesmente talvez seja que você apareceu para isso mesmo, pra me fazer feliz. Com toda a sua irreverência de piá bobão, com todas suas piadas sem graças - algumas são -, com todo seu jeito bobo e tão especial de me amar...
Simplesmente talvez seja sim, sim e sim. Como o sim daquela noite e das noites seguintes, como o sim que você não me deu naquele domingo chuvoso. Como o sim daquele abraço gostoso que segura o mundo e me promete que vai ficar do meu lado com a cara amassada - igual a da Donna, e que vai concertar as tomadas da casa e o chuveiro. Sim, como o sonho da casa de dois andares que durante a madrugada comecei a contar sem nem me dar conta do que falava. Sim, como você pulando na cama (no sonho). Sim, ainda bem que nós nos permitimos aquele momento de loucura e que cultivamos ele.
E quer saber o que mais? Que venha mais adubo, porque quero cultivar a vida inteira de loucuras e outros planos com você e transformar tudo isso em belos frutos ou em belas tentativas.
Acho que é sim, te amo.
Elis Regina, 2016.
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