Little Lis.

Sentido. Mas que sentido? Talvez há nenhum a. Só sei que com você Sou convertida, Extrovertida, Distraída, Contida, Detida, Sou refletida Num reflexo seu. Elis Regina, 2016.

Gostaria que fosse Comemorada assim A saúde doce A educação em festim Com buzinas e rojões Pela cidade a ribombar Tanto quanto as explosões De um impecheament A se rastejar Elis Regina, 2016.

E lá vou eu. Mais uma vez ao trabalho. Com toda minha incrível habilidade de boicotar qualquer chance de alegria que a vida tenta me oferecer. E lá vou eu. Mais uma vez destruir algo bom que alguém me proporciona. Com toda minha incrível sabedoria de não saber nada. E lá vou eu. Mais uma vez jogar no lixo todo trabalho construído na confiança de alguém. Com todo meu incrível medo de querer me relacionar. E lá vou eu. E sigo indo. E sigo errando. E você, segue aí, paciente, me esperando. Elis Regina, 2016.

Há muito tempo venho me questionando a necessidade disso tudo, dessa pressa, desse sistema opressor, desse mal estar geral. Há muito tempo me sinto sugada por energias ruins que insistem em me jogar no fundo do poço. Há muito tempo venho respirando com dificuldade tentando compreender o sentindo de estar morrendo sem fazer o que realmente gosto. Há muito tempo tenho deixado sonhos de lado para poder suprir uma necessidade atual. Há muito tempo que venho procurando pessoas para serem felizes. Há, em mim, algo que me sufoca, que me suga e me retira toda a vontade de viver.  Minha energia é sugada pelo meu trabalho sem nenhuma troca ou reciprocidade. Minhas tarefas e meu dia-a-dia me sufoca e mal consigo ver, hoje, a luz do sol. Estou entrando em estado de loucura e psicológico abalado e ninguém vê, ninguém percebe, ninguém quer entender. Sempre dediquei tudo o que sou ao meu trabalho e, em resposta, dou o melhor de mim. Mas hoje percebo qu...

Época de páscoa. Ah...que delícia. Estou, nesse momento, fazendo um ovo de páscoa de colher de dar inveja a muitos confeiteiros por ai. Muito brigadeiro, bolacha de maisena, morangos...Aquele brigadeiro cremoso na panela, no ponto, os moranguinhos já cortados e o recheio sendo preparado. Tudo isso com a confeiteira de primeira mão que sou. Quando resolvo olhar pela minha janela, a janela do meu apartamento. Não consigo ver muito, pois há muitos prédios ao redor. Em um deles, há um centro de reabilitação onde vejo, diariamente, muitas pessoas, jovens e velhos, entrando e saindo de seus tratamentos. Quando mais ao lado, venho um senhor. Da janela do meu apartamento, vejo um senhor. Um senhor humilde, calças rasgadas, camiseta suja, roupa surrada. Sim, ali do lado do centro de reabilitação. E ele, na lixeira ao lado, recolhendo latinhas do lixo de outras pessoas. Quanta repugnação, mal pego meu lixo, imagina mexer nos dos outros. E imagino: como seria a sua páscoa? Seria como a minh...

Decidi ir, após a academia, ao banco e a lojinha de costura.  Lógico que sai da academia com a roupa da academia, shortinho e regata. Até a lojinha de costura tudo tranquilo, como deve ser. Porém da lojinha pra baixo, foi de ter vergonha. Vergonha alheia, me entendam bem. Até ir ao banco e voltar para minha casa, escutei, no mínimo, uns quatro "elogios" sobre meu corpo e minhas roupas.  E aos quatro "elogios" respondi: por que você não nasce de novo, criatura horrenda? Lógico que não fiquei aguardando para ter alguma resposta, apenas prossegui o meu caminho. E começa a reflexão. A mulher sabe quando está bonita, a mulher sabe quando está atraente, a mulher sabe quando atrai diversos olhares - mesmo quando não se acha tão arrumada assim. Não é errado nos sentirmos bonitas, maravilhosas e, por que não, gostosas. Não é errado homens nos olharem, homens pensarem sobre como estamos vestidas. Não há nada de errado nisso, até porque mulheres também o fazem. ...